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Armando Santiago Jr. passava o dia inteiro atrás da tela do micro computador escrevendo textos para seu site de política. Era começo de 2010, e ele defendia com unhas e dentes sua candidata presidencial, Dilma Rousseff (PT), aposta do dessa maneira presidente Lula. O "companheiro Armando", como era chamado por outros blogueiros, se descrevia no Orkut como "um cidadão brasileiro indignado com a ação criminosa dos tucanos" pela campanha eleitoral.



Era casado, tinha cinquenta e seis anos e vivia em Poços de Caldas, Minas Gerais. Teu web site chamava-se "Seja Argumentada Verdade" e dizia divulgar "a notícia transparente". Este "Armando", todavia, nunca existiu. Seu serviço, segundo relatam, era alimentar o site com postagens desmentindo supostos boatos sobre isto Dilma Rousseff e anunciar textos parciais e contrários a seu principal oponente, José Serra (PSDB), que acabou derrotado no segundo turno. A página também chegou a ter notícias falsas. E, pra disseminar seu assunto, o serviço acabou envolvendo a formação de perfis falsos - ao menos 131 deles no Twitter, segundo uma lista à qual a BBC Brasil teve acesso.



Porção desses perfis, 84, ainda estão "vivos" na rede social, ainda que inativos, e conseguem ser conferidos por cada um. A corporação apontada pelos entrevistados como responsável por serviço é a Ahead Marketing, de Gabriel Arantes Cecílio e, na época, bem como de Arnaldo Lincoln de Azevedo. Em teu site, é descrita como uma agência que adaptou o "marketing de guerrilha" pra realidade política. Apresenta serviços como o de "invisible talkers" (comunicadores invisíveis), "grupo de agentes treinados que integram mensagens em pontos estratégicos da cidade, a começar por diálogos entre eles mesmos ou com a população". Questionados por e-mail, os dois negaram ter participado na "elaboração de notícias falsas", porém não responderam à pergunta a respeito da criação de perfis falsos. Ademais, disseram não poder falar se foram contratados para atuar pela campanha de Dilma Rousseff em 2010 por causa de não falam sobre o assunto "freguêses ou supostos clientes" (leia mais abaixo). O web site da agência informa que ela participou "dentro e fora do Brasil" de "campanhas vitoriosas pra Presidência da República, governos estaduais e de grandes capitais", sem especificar quais.










  1. Responsabilidades do cargo








  2. Ler mais








  3. 4º: análise dos dados








  4. Insira um CTA na conclusão











Não há na prestação de contas da campanha de 2010 de Dilma e do PT registros de pagamentos à Ahead Marketing. 234 1000, porém, da campanha do aliado e hoje governador de Minas Gerais, Fernando Pimentel (PT), a "G. Cecílio e Cia Ltda", de Gabriel Cecílio Arantes. Pimentel concorreu ao Senado em 2010 e, no começo daquele ano, foi um dos coordenadores da campanha de Dilma à Presidência.



Ele também aparece nos tuítes de alguns dos perfis falsos, que publicaram mensagens favoráveis não só ao dessa maneira candidato, como também a postulantes do PT aos governos estaduais. Vinte de setembro de 2010. A "usuária" bem como tuitava em prol de Dilma: "Programa de Dilma mostra a história de vida de uma mulher vitoriosa", escrevera um mês antes.



BBC Brasil Fabricio Benevenuto, professor do departamento de Ciência e Computação da Instituição Federal de Minas Gerais (UFMG), demonstrando angústia com a "tentativa de manipulação de posição pública a partir do uso de perfis falsos" nesse ano. Para Pablo Ortellado, professor do curso de Gestão de Políticas Públicas da USP, a descoberta "mostra que o Brasil tem no mínimo oito anos de 'know-how' de como fazer fakes de maneira sofisticada como estratégia organizada de campanhas políticas". A começar por tua assessoria de imprensa, Dilma negou que tenha contratado tal serviço. Depoimentos dos entrevistados na BBC Brasil e tuítes notabilizam que campanhas de políticos como Aécio Neves (PSDB-MG), desse modo candidato à Presidência, o presidente do Senado, Eunício Oliveira (PMDB-CE), e o senador Renan Calheiros (PMDB-AL) teriam contratado o serviço. Os 4 ex-funcionários chegavam para trabalhar diariamente por volta das 10h em um apartamento em Higienópolis, bairro nobre na zona central de São Paulo, segundo relatam os entrevistados na BBC Brasil.



Assim como trabalhavam ali um diagramador e, de vez enquando, uma pessoa de tecnologia da dica, notabilizam os entrevistados. As posts variavam principalmente entre notícias que atacavam Serra e textos que desmentiam boatos a respeito de Dilma que, pela época, circulavam em outros blogs, grupos de Orkut e correntes de email. O web site tinha as categorias: "(Des)governo do PSDB", "Desmentindo boatos", "Partido da Imprensa Golpista" e "PSDB: Mancadas da campanha", entre outros. Um exemplo de publicação que objetivava desmentir textos falsos a respeito Dilma é uma que explica que o presidente Michel Temer (PMDB), vice na chapa, não era satanista. Esta artigo que fazia uma compilação de hiperlinks de "desmentidos de e-mails falsos a respeito Dilma" foi bastante disseminada - ganhou setenta comentários no web site.



Um desses textos de checagem de infos mostra como são falsos emails sobre isso "uma amante lésbica" da então candidata, que estaria lhe pedindo pensão na Justiça. O material ensina o leitor como pesquisar no website da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) o nome do advogado da suposta amante citado no email, verificando, desse modo, que ele não existe.



Bem que a maior quantidade das publicações fosse de ataques a Serra ou de checagem de detalhes a respeito de Dilma, os entrevistados na BBC Brasil admitem que chegaram a fornecer bem como notícias falsas. Uma publicação do dia seis de outubro de 2010, tais como, informa que o Vaticano estava discutindo "excomungar José Serra".


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